A família é a base para o desenvolvimento das crianças e dos
adolescentes. A família deve ser referência na educação dos filhos, não a rua,
a escola, a televisão. Os filhos, portanto, têm direito de receber dos pais cuidados
essenciais, como, por exemplo, orientação, carinho, amor, diálogo. Os pais são
responsáveis pelos seus filhos em casa e pelos futuros cidadãos da sociedade.
É preciso resgatar o valor de que cuidar da educação dos filhos
não é só papel do professor, mas, sobretudo, dos pais. É na família que se
reflete as primeiras imagens que são absorvidas pelas crianças. É justamente na
família que se aprende os primeiros passos, palavras, comportamentos. Por causa
disso, os pais têm de estarem presentes na vida dos filhos como o melhor amigo,
ou seja, como aquele em quem a criança pode confiar e falar de seus sonhos, segredos,
medos, incertezas.
Para educar os filhos é preciso saber ouvir. Isso significa ouvir
sem críticas e brigas desnecessárias, mas como um bom amigo faz, com paciência.
Os pais devem criar momentos de conversa, porém sem forçar. Devem deixar acontecer
naturalmente para conquistarem os filhos e para que eles se sintam à vontade na
presença dos pais. Nessas ocasiões os pais terão a oportunidade de orientar os
filhos. Sem imposições, mas com compreensão.
Por meio de um bom diálogo, isto é, de um papo amigo os pais
afastam os seus filhos das drogas, das bebidas alcoólicas, da prostituição, da
criminalidade. Com uma boa conversa os pais fortalecem seus filhos ensinando-lhes
a reconhecer as ciladas da vida.
Bons princípios, costumes e valores são iniciados no âmbito
familiar. Como já dizia o ditado popular: o que é bom se aprende no berço. Mas
nada disso é possível sem amor. Por isso, as famílias devem fazer do lar um
ambiente repleto de amor. Crianças e adolescentes amados (não mimados)
desenvolvem fortes e seguros.
O papel da família está repleto de responsabilidade, compromisso e
de atenção especial com os pequenos em desenvolvimento. Se interessar pelas
atividades dos filhos é muito importante. Todavia, isso não deve ser apenas para
apontar erros, para reclamar, brigar, castigar ou bater. Ações desse tipo
tomadas isoladamente podem causar bloqueios no relacionamento entre pais e
filhos.
Ser pai e mãe pode ser difícil, mas ver o filho feliz é muito
gratificante. Não bata no seu filho pensado que isso é um modo de ensinar o que
é certo ou errado. As palmadas exclusivamente não educam. Num primeiro momento,
o seu filho pode até não fazer uma coisa errada, contudo isso não é por que
tenha aprendido. Na verdade, ele não fez
o errado por medo. A agressão por agressão não educa, porém pode formar pessoas
inseguras ou violentas.
As crianças são pessoas em desenvolvimento, às quais se compete amar
e educar. Nada melhor do que a família para isso, logo é aí que todo ser humano
encontra raízes para o bom desenvolvimento. Assim, aconselho aos pais que amem
e eduquem seus filhos, pois ao gozarem do direito de serem amados e educados na
família, decerto saberão dos deveres que têm em sociedade.
Como já dizia o educador Içami Tiba: quem ama, educa. Portanto, em
vez de violências, agressões, discórdias, vamos amar e educar mais nossos
filhos. Acredito que desse modo vamos ter pessoas, famílias e sociedade
melhores.
Andréia Rocha, Conselheira Tutelar de São Raimundo Nonato
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